Quem quiser saber da história desde o princípio pode dar uma olhada nos comentários do post anterior. Lá encontrarão um comentário do senhor Ivan Justen , poeta, tradutor, curitiboca exemplar. Fiquei pasma quando vi o comentário e mais ainda quando segui o link que ele colocou e encontrei um poema sobre a LPP.
Com a autorização do autor, coloco aqui o poema na íntegra (mas isso não impede que visitem a fonte):
DICIONÁRIO ANALÓGICO DE RIMAS PRA LÍVIA & OS PIÁ DE PRÉDIO
Um dia conheci um poeta andarilho chamado Édio,
Édio Vargas – comprei o livreto dele, ligeiro meio-médio,
mas agora versarei pra banda Lívia e os piá de prédio.
Remedeia minha ideia uma Medeia morta de tédio,
mastigando um serôdio sorédio e um cipripédio epimédio,
muito nítido e nédio, como um argumento em promédio.
Essa Medeia me instiga sobremaneira a ser seu estapédio
evitando, entretanto, um patropédio, um monoginopédio
ou ainda mesmo (Parcas me acudam!) um patroginopédio.
Minha Medeia inspiradora devoraria um osteopédio
mas também casar-se-ia, se ele fosse um litopédio,
com um ursinho teddy boy marino durante um quinquédio.
Desse casamento poderia surgir um fruto lacepédio,
com um pé de escamédio e um androceu selenipédio,
sobre o qual voaria um coleóptero pentâmero ampédio.
Se eu reunisse esses delírios em forma de macédio
(digamos, neste “poemacédio") e em caractere palamédio
descrevesse tudo isso sob ponto de vista planipédio,
eu mostraria domínio linguístico mais que intermédio,
pois sempre chamei center-half de centromédio
e ao futebol prefiro o cognome arcaico: ludopédio.
Assim, fingindo e fazendo, esgotadas as rimas em -édio,
não me resta outra saída e realmente “não tem mais remédio”:
o piá poeta aqui rendeu tributo a Lívia e os piá de prédio.
Ivan Justen
--
Quem diria que a LPP inspiraria poema? A banda inteira está prosa essa semana... O certo seria eu escrever um poema resposta, mas como minha cabeça anda muito cheia de OAB e direito, acho que até passar a prova não sai poema daqui de dentro.
Vou, portanto, ter que ficar nos agradecimentos ao poeta, que ainda está sendo gentil o suficiente para explicar algumas estrofes do poema por e-mail e se ofereceu a fazer o mesmo para quem se manifestar nos comentários.
Obrigada, Ivan!
quarta-feira, 24 de março de 2010
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